Brasil lidera ranking mundial de infidelidade, e influenciador lança livro sobre ser corno sem tabu
Nesse contexto, o influenciador Vagner Macedo lança o livro “Ser Corno ou Não Ser”, obra independente que mistura humor e confissão sobre relacionamentos abertos
Uma pesquisa global realizada pela Ashley Madison em parceria com a YouGov mostrou que 53% dos brasileiros já traíram o parceiro, colocando o país no topo do ranking mundial de infidelidade. Mas se a maioria prefere manter as escapadas em segredo, há quem faça justamente o contrário: transformar o estigma em identidade.
É o caso de Vagner Macedo, influenciador de São José dos Campos que decidiu assumir para si um rótulo incômodo o de corno e transformá-lo em literatura. Casado há 16 anos com a também influenciadora Bella Mantovani, ele vive um relacionamento consensualmente aberto e acaba de lançar, de forma independente, o livro Ser Corno ou Não Ser. A publicação mistura relatos íntimos, provocações e bom humor para questionar a forma como a masculinidade encara a traição.
Na obra, Vagner revisita crises de ciúme, traições silenciosas e o momento em que decidiu ressignificar a palavra que sempre lhe jogaram como ofensa. “O título de corno foi me dado pela sociedade, eu só adotei. Prefiro viver minha verdade às claras do que sustentar uma mentira em silêncio”, afirma. Entre histórias de bastidores e reflexões sobre honestidade radical, ele mostra como a sinceridade acabou salvando o casamento e redefinindo sua relação com Bella.
Comemorando a venda de seus primeiros 50 exemplares, o autor ironiza o contraste com outro fenômeno editorial: O Doce Veneno do Escorpião, de Bruna Surfistinha, que transformou a intimidade feminina em um best-seller nacional. “Quando uma mulher fala de sexo, vira literatura de sucesso. Quando um homem assume ser corno, vira piada. Mas eu não fujo da piada, eu viro ela”, provoca. Para ele, essa diferença só comprova o peso cultural que a palavra “corno” carrega no Brasil.
No fim, Ser Corno ou Não Ser não é apenas sobre traição, mas sobre escolhas. Em um país onde a fidelidade continua sendo exaltada no discurso, mas quebrada na prática, Vagner propõe outra perspectiva: talvez o verdadeiro tabu não seja trair, mas admitir o que realmente acontece dentro das relações. “A maioria trai escondido e vive com medo de ser descoberta. Eu só virei o jogo: não escondo nada e ainda rio disso”, conclui.
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