Cansada das mesmas perguntas, influenciadora trans envia PowerPoint a pretendentes antes do date
“Criei o PowerPoint porque sempre me fazem as mesmas perguntas. Sim, eu sou trans, não, não foi ontem. E sim, ainda posso te dar um fora”, diz a influenciadora, que resolveu responder tudo de uma vez antes do primeiro encontro.
Foto: Reprodução Instagram @suellencarey.uk | CO Assessoria
A influenciadora Suellen Carey, de 38 anos, brasileira que vive em Londres, criou um PowerPoint com respostas diretas para as perguntas mais comuns que recebe de pretendentes antes do primeiro encontro. A ideia surgiu depois que ela percebeu que as conversas online seguiam sempre o mesmo roteiro, com dúvidas repetidas sobre sua identidade de gênero e sua vida pessoal. (Link do Powerpoint AQUI)
Suellen conta que sempre foi abordada nas redes sociais com os mesmos tipos de perguntas e cantadas, muitas vezes repetitivas ou invasivas. Cansada de responder sobre os mesmos assuntos, ela decidiu criar um PowerPoint explicativo para antecipar as respostas. “Era sempre igual: de onde sou, o que faço, se sou mesmo trans, há quanto tempo, se posso namorar. As perguntas se repetiam tanto que resolvi colocar tudo em um arquivo e enviar antes das conversas irem para o mesmo lugar de sempre”, explicou.
No arquivo, Suellen reuniu frases curtas que ela costuma repetir em conversas com pretendentes. Entre elas estão: “Sim, eu sou trans, não, não foi ontem”, “Não, eu não quero te provar nada”, “Sim, ainda posso te dar um fora”, “Meu nome é real, e não, você não precisa saber o antigo” e “Sim, eu faço sexo, e não, não vou te explicar como”. Cada resposta aparece em um slide único, exibido em vídeo curto com fundo neutro. A influenciadora afirma que o objetivo foi apenas organizar o que já dizia com frequência, sem alterar o conteúdo ou o tom das conversas.
Suellen, que recentemente viralizou ao revelar ter vivido um relacionamento virtual com o ChatGPT, diz que o PowerPoint segue a mesma linha de ironia que a tornou conhecida nas redes. A influenciadora afirma que não vê problema em brincar com temas que ainda geram desconforto social, desde que o resultado provoque reflexão. “As pessoas têm curiosidade, mas nem sempre sabem como perguntar. Eu só organizei o que já estava acontecendo”, conclui.
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