17/11/2025 18:12

Dia do Homem: o que explica a volta do interesse pelo ‘homem raiz’ nas redes e fora delas

 



 

O Dia Internacional do Homem, celebrado em 19 de novembro, reforçou o debate sobre masculinidade nas plataformas digitais. Entre os temas que ganharam relevância, a retomada do interesse pelo chamado “homem raiz” chamou atenção de pesquisadores e veículos especializados. A expressão, que surgiu como meme, passou a descrever um perfil masculino associado à praticidade, responsabilidade e menor necessidade de exposição emocional na internet.


 

A Bella da Semana, revista que monitora o comportamento de um público masculino adulto, observa esse movimento com consistência. De acordo com o CEO Alexandre Peccin, a análise do comportamento dos assinantes mostra que muitos homens buscam referências menos dependentes de validação digital. “Esses leitores valorizam atitude, estabilidade e coerência. É um público que se identifica com a ideia de resolver problemas em vez de transformá-los em narrativa pública”, diz.


 

Peccin afirma que esse interesse aparece como resposta a um ambiente marcado por discussões intensas, mudanças rápidas e pressão constante por posicionamentos. Para ele, o modelo do “raiz” funciona como contraponto a esse contexto. “É um perfil que não reage ao ritmo acelerado das tendências e prefere lidar com a vida prática de forma direta”, explica.


 

Especialistas em comportamento apontam que o fenômeno dialoga com a teoria da modernidade líquida, de Zygmunt Bauman, que descreve um mundo de relações e opiniões instáveis. Nesse cenário, cresce a valorização de referências consideradas sólidas, como integridade, responsabilidade e palavra cumprida. Segundo Peccin, essas características aparecem com frequência nos comentários e nas interações dos leitores da revista, que demonstram interesse por modelos masculinos mais estáveis e consistentes.


 

O ressurgimento do “homem raiz” não envolve o resgate de estereótipos ultrapassados. Pesquisadores explicam que a tendência se relaciona a uma masculinidade que busca equilíbrio entre sensibilidade e objetividade, sem depender de exposição contínua nas redes sociais. Trata-se de um perfil que lida com contratempos cotidianos, pessoais ou profissionais com pragmatismo, sem transformar cada situação em conteúdo.


 

O debate que surge neste Dia Internacional do Homem indica que parte dos homens procura referências mais sólidas de identidade, em contraste com um ambiente marcado por fluidez e excesso de estímulos. Para observadores do comportamento, a discussão tende a crescer, já que reflete mudanças geracionais e a busca por uma masculinidade mais funcional e menos sensível ao ritmo acelerado das redes.

 

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