Fome na gravidez? O que está por trás do apetite aumentado que Lore Improta relatou na segunda gestação
Hormônios, emoções e demandas metabólicas transformam o apetite da gestante e cada gravidez pode desencadear respostas completamente diferentes
A bailarina e influenciadora Lore Improta, que anunciou recentemente sua segunda gestação, despertou a identificação de muitas mães ao contar que está sentindo “muito mais fome” desta vez do que quando estava grávida de Liz. A reação rápida das redes não é por acaso: o apetite que muda de uma gravidez para outra é extremamente comum e tem explicações bem definidas na fisiologia feminina.
Segundo Dra. Paula Fettback ginecologista e obstetra, especialista em reprodução humana pela FEBRASGO, o fenômeno começa no início da gestação, impulsionado por um cenário hormonal intenso. “A progesterona aumenta logo nos primeiros dias e estimula o apetite para garantir energia suficiente ao desenvolvimento fetal. A grelina, o ‘hormônio da fome’, também pode se elevar, enquanto a leptina que regula a saciedade sofre resistência. É esse conjunto que faz a gestante sentir mais vontade de comer”, explica.
A médica reforça que não existe uma “regra” que sirva para todas as mulheres. “Cada gestação é única. Alterações no equilíbrio hormonal, o sexo do bebê, o peso materno antes da gravidez, o gasto energético diário e até o nível de ansiedade interferem diretamente na percepção da fome”, destaca Fettback.
O aumento do apetite costuma ficar ainda mais evidente a partir do segundo trimestre período em que as náuseas tendem a diminuir e o corpo passa a exigir mais energia. Nessa fase, a atenção deve se voltar não à quantidade de comida, mas ao tipo de alimento escolhido. Exageros em ultraprocessados e açúcares podem aumentar o risco de complicações, como ganho de peso excessivo e diabetes gestacional.
Apesar de intrigante para muitas mulheres, sentir mais fome não é um sinal de desequilíbrio. Pelo contrário: é uma resposta fisiológica.
“Durante a gravidez, o corpo está em plena construção há aumento do volume sanguíneo, formação da placenta e crescimento fetal. É normal precisar de mais energia. Fome não é fraqueza e nem alerta de algo errado; é fisiologia”, afirma a nutricionista clínica Amanda Figueiredo, nutricionista pela USP e pós-graduada em saúde da mulher pela PUC.
Para ajudar a controlar o apetite sem comprometer a nutrição, a especialista recomenda refeições estruturadas e completas, que combinem proteínas, fibras e gorduras boas. “Frutas com aveia e iogurte, ovos com legumes, castanhas e abacate são ótimas opções. Elas ajudam a estabilizar o açúcar no sangue e mantêm a saciedade por mais tempo”, orienta.
Amanda também destaca que a alimentação da mãe influencia diretamente o bebê. “O bebê sente os sabores que a mãe consome através do líquido amniótico. Uma dieta rica em frutas, legumes e temperos naturais melhora o bem-estar da gestante e contribui para um paladar mais saudável da criança no futuro”, explica.
A nutricionista deixa ainda uma mensagem para as mulheres que se sentem culpadas por comer mais do que gostariam durante a gestação: “Seu corpo está fazendo algo extraordinário. Ele merece ser nutrido, não punido. Não existe alimentação perfeita existe o que é possível e suficiente para cada fase.”
Dra. Paula Fettback
CRM 117477 SP
CRM 33084 PR
- Possui graduação em Medicina pela Universidade Estadual de Londrina - UEL (2004).
- Residência médica em Ginecologia e Obstetrícia no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP- 2007)
- Atua em Ginecologia e Obstetrícia com ênfase em Reprodução Humana.
- Estágio em Reprodução Humana na Universidade de Michigan - USA. Médica colaboradora do Centro de Reprodução Humana Mário Covas do HC-FMUSP (2016).
- Doutora em Ciências Médicas pela Disciplina de Obstetrícia e Ginecologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).
- Membro da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM - 2016)
- Médica da Clínica MAE São Paulo - SP
- Título de Especialista em Reprodução Assistida Certificada pela Febrasgo (2020)
Sobre Amanda Figueiredo Nutricionista
nutriamandafig
Nutricionista clínica formada pela USP, pós-graduada em Saúde da Mulher e Reprodução Humana pela PUC e também especialista em emagrecimento e nutrição estética. Atende presencialmente em São Paulo e online para o mundo todo.Tem como foco o acompanhamento nutricional de mulheres em todas as fases da vida.
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