30/10/2025 19:47
Mulheres 50+: potência, autenticidade e o olhar das marcas conscientes
Nos últimos anos, tenho me dedicado a criar experiências que realmente façam sentido para as marcas com as quais trabalhamos. E em cada projeto, conversa ou conexão, fica cada vez mais claro: as mulheres acima dos 50 estão vivendo um novo tipo de protagonRicardoismo, mais livre e mais consistente. Uma grande parceria com elas mesmas.
Segundo dados recentes do IBGE, a expectativa de vida no Brasil chegou a 76,4 anos em 2023, sendo 79,7 anos para as mulheres, um salto expressivo em relação à média de 45 anos registrada na década de 1940. Vivemos mais e melhor, e isso muda completamente a forma como enxergamos o tempo, as fases da vida e o papel da mulher na sociedade e no consumo.
Essas mulheres não querem mais ocupar espaços apenas por serem resilientes ou por “ainda estarem na ativa”. Elas estão no auge do seu repertório, com poder de decisão, liberdade para escolher e uma clareza de propósito que vem com o tempo e com as muitas vidas que já viveram dentro da própria.
Como o autor Arthur C. Brooks escreve no livro Cada Vez Mais Forte: “Depois de uma idade, a gente para de competir com o mundo e começa a criar com o que aprendeu.” Essa leitura me inspira profundamente neste momento em que escolho viver a maturidade como potência, e não como pausa. Cada nova fase é uma oportunidade de transformar a experiência acumulada em movimento, propósito e legado.
Brooks fala sobre a maturidade não como um fim, mas como o começo de uma jornada mais forte, uma etapa em que deixamos de buscar vitórias isoladas para olhar para dentro, fazer um balanço do que já foi conquistado e transformar tudo isso em algo que ensine, inspire e multiplique conhecimento.
Hoje, as marcas já entenderam que o momento é outro. O olhar não está mais apenas na juventude, está na economia prateada, um movimento que cresce no mundo todo e mostra o quanto essa geração é ativa, conectada e economicamente relevante. As campanhas estão mais atentas a essa faixa etária, com uma comunicação mais inclusiva, plural e verdadeira. Porque escutar o jovem é importante, mas compreender e dialogar com a mulher madura é essencial.
Essas mulheres não querem parecer mais novas, querem seguir em frente.
São empreendedoras, executivas, artistas, investidoras, mães, avós, criadoras de conteúdo. São múltiplas. E estão redefinindo o jeito de viver, consumir e se relacionar.
Mais do que produtos ou campanhas, elas buscam experiências com significado: que respeitem suas trajetórias, conversem com seus valores e reconheçam sua potência. São mulheres que, muitas vezes, passaram a vida cuidando de tudo e de todos, e agora se permitem olhar para si com mais gentileza, presença e prazer.
E talvez essa seja uma das maiores transformações contemporâneas: a maturidade se tornando sinônimo de liberdade. Liberdade para não corresponder às expectativas alheias. Liberdade para escolher com quem andar, o que vestir, onde estar e no que investir tempo e energia. Liberdade para ser, com todos os tons, curvas, marcas e histórias que o tempo entrega.
Como empresária e como mulher, acredito que as marcas que quiserem se conectar com esse público precisam ir além da representatividade. É hora de ouvir, cocriar, construir junto. Abrir espaço não apenas para incluir, mas para compartilhar protagonismo.
E se você me perguntar qual é a melhor fase da minha vida, eu te respondo sem hesitar: meus 50 anos. É claro que, no pessoal, nem tudo é simples, tenho vivido desafios, como qualquer mulher. Mas olhando para a Tatianna, mulher e profissional, eu não queria estar em outro corpo, nem em outro momento, nem em outro lugar. Eu queria ser exatamente o que eu sou hoje.
E isso dá uma segurança enorme. Dá uma tranquilidade. É menos sobre o outro e mais sobre você.
E talvez seja justamente isso que a maturidade traz de mais bonito: a certeza de que estar em paz com quem você é, é o maior ato de liberdade.
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