30/11/2025 13:40

Perda precoce da mãe de Mel Maia reacende alerta emocional: “É como perder a própria bússola”, diz especialista

 

Perda precoce da mãe de Mel Maia reacende alerta emocional: “É como perder a própria bússola”, diz especialista

Especialista em autoconhecimento e autoamor, Renata Fornari, analisa o impacto da perda precoce e aponta caminhos para atravessar o luto

 

Reprodução instagram

 

A morte inesperada de Débora Maia, mãe da atriz Mel Maia, encontrada sem vida nesta sexta-feira (28), aos 53 anos, trouxe de volta uma dor que muitas mulheres conhecem bem: o vazio deixado por uma mãe que se vai antes do tempo. É uma falta abrupta, que desmonta tudo ao redor — das emoções às pequenas rotinas que davam sustentação ao cotidiano.

 

Segundo Renata Fornari, especialista em autoconhecimento e autoamor, perder a mãe tão cedo não se trata de um luto comum. “Quando uma mãe parte cedo, vai junto uma bússola, uma referência de pertencimento. Não é só a ausência física. É um rompimento interno. É como perder um norte que, mesmo imperfeito, sustentava o nosso chão”, afirma.

 

Renata ressalta que esse tipo de despedida costuma abrir feridas profundas, mexendo tanto com lembranças antigas quanto com planos que ainda estavam sendo sonhados. “Algumas mulheres endurecem. Outras se recolhem. Outras seguem como se nada tivesse acontecido. O luto precoce abre uma rachadura na alma, e cada uma tenta colar essa rachadura como consegue”, diz. Ela reforça que não há um jeito certo de viver o luto, apenas o possível dentro de cada momento.

 

Segundo a especialista, atravessar essa dor envolve três movimentos importantes. O primeiro é acolher o que se sente, sem tentar controlar ou “andar mais rápido” do que a própria emoção permite. “O luto não é linear. Ele vem em ondas”, destaca.

 

O segundo movimento é reaprender a existir sem a presença dela, processo que pode ser estranho. “Quando a mãe vai embora, é preciso cuidar de si mesma de um jeito novo. É quase como renascer adulta".

 

Por fim, ela fala sobre a necessidade de criar um espaço interno para essa mãe, agora de outro jeito. “A gente não perde a mãe por completo. Perde a presença física. A conexão de afeto continua, e precisa ser ressignificada”, diz. É nesse ponto que muitas mulheres começam a transformar a dor em vínculo interno e, às vezes, até em força.

 

Renata comenta ainda que esse tipo de perda pode acionar padrões emocionais já existentes, como o excesso de controle, o silêncio, a autossuficiência ou o medo de criar novos vínculos. “O luto profundo não cria armaduras, ele revela as que já existiam. E é aí que a mulher mais precisa de acolhimento e autorização para não ser forte o tempo todo".

 

Entre os cuidados que ajudam nos primeiros dias, conversas honestas com pessoas de confiança, aceitar ajuda prática e emocional, evitar se pressionar por produtividade e, quando possível, buscar apoio terapêutico. “Ninguém supera a morte da mãe”, diz Renata. “A gente aprende a caminhar com o buraco. E, com o tempo, o buraco vira jardim".

 

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