16/07/2025 19:32

TV CULTURA EXIBE DOCUMENTÁRIO INÉDITO "XINGU ENVENENADO, AMEAÇA AOS POVOS INDÍGENAS"

 
Divulgação TV Cultura

TV CULTURA EXIBE DOCUMENTÁRIO INÉDITO "XINGU ENVENENADO, AMEAÇA AOS POVOS INDÍGENAS"

 

PRODUÇÃO, REALIZADA PELO DEPARTAMENTO DE JORNALISMO DA EMISSORA, MOSTRA A POLUIÇÃO PROVOCADA POR AGROTÓXICOS NO XINGU, NESTE DOMINGO (20/7)

 


TV Cultura exibe neste domingo (20/7)às 18h30, o documentário inédito Xingu Envenenado, Ameaça aos Povos Indígenas, realizado pelo departamento de Jornalismo da emissora. O Território Indígena do Xingu, no coração do Brasil, pede socorro. Sitiado por grandes fazendas de monocultura, sobretudo de soja, milho e gergelim, as aldeias sofrem os efeitos da poluição provocada por agrotóxicos, que contaminam as águas dos rios e dos poços artesianos.
 

Com reportagem do jornalista Leão Serva e do fotógrafo Rogério Assis, que visitam a região há décadas, o documentário entrevista especialistas e indígenas, e partiu de pesquisas feitas a pedido da etnia kisedjê, que há tempos vem notando mudanças no gosto e no cheiro do peixe e da caça. Eles se queixam de coceiras, gripes, dores de cabeça, feridas na pele das crianças e outras enfermidades.
 

O Território Indígena do Xingu, no Mato Grosso, tem 2,6 milhões de hectares, quase o tamanho do estado de Alagoas. As suspeitas de contaminação foram confirmadas por pesquisadores, biólogos e médicos da Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro, e da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
 

A natureza também passou a se comportar de maneira estranha. Uma combinação dos efeitos do aquecimento global com a exposição aos agrotóxicos. Em meio a novas ondas de gafanhotos, a população de abelhas diminuiu e o mel virou produto escasso.
 

A pesquisa mostra que os agrotóxicos lançados sobre as lavouras por aviões, com o objetivo de combater pragas, têm um efeito ainda mais nocivo, porque o vento espalha o veneno pela água e pelo ar. O estudo encontrou 28 tipos de agrotóxicos que, nas amostras colhidas, estão dentro dos limites legais. Mas, juntos, são um coquetel perigoso para vida dos xinguanos, principalmente porque essa exposição é intensa e de longo prazo. O estudo também indica que os indígenas são mais vulneráveis aos fungicidas e pesticidas, da mesma forma que também sofrem mais com a exposição ao álcool e ao açúcar refinado, que não fazem parte de sua cultura tradicional.
 

Uma ameaça para as 16 etnias que ocupam a região do Xingu há mais de dois mil anos e que lutam para preservá-la. Para os kisedjê, a contaminação passou dos limites e eles decidiram que era hora de buscar abrigo em outras terras. Casas, postos de saúde, campos de futebol, toda a estrutura da aldeia ficou para trás.
 

Em 2019, com a ajuda de caminhões, eles rodaram quase 40 quilômetros até encontrar um novo endereço dentro da área demarcada pelo Governo Federal. Reconstruíram suas casas numa região que julgavam livres do glifosato e da atrazina, dois fortes herbicidas utilizados para o controle de plantas daninhas. Mas agora, sabem que o veneno acompanhou a mudança. A luta dos indígenas no Xingu enfrenta inimigos poderosos e muitos deles conseguem atingir o território mesmo estando longe dele. Fora dos limites do Xingu, as nascentes dos rios são contaminadas pelos agrotóxicos que levam o veneno para os rios, córregos e também para os poços artesianos utilizados pelos indígenas.
 

Apesar de tantas ameaças, o Xingu conta com as denúncias de fotógrafos e cinegrafistas, que visitam a região e denunciam violações dos direitos indígenas. E, agora, já tem o seu próprio realizador: Kamikia Kisedje perdeu a conta dos filmes que fez. É um cineasta premiado com o seu "Sukande Kasáká, Terra Doente", filme de meia hora que recebeu o prêmio de melhor curta na "Mostra Ecofalante 2025". Segundo o júri, "o filme tem a poesia como matéria-prima. Mostra a beleza da floresta, mas também os efeitos dos agrotóxicos sobre o povo Kisêtjê, forçado a abandonar e reconstruir sua aldeia, de novo e de novo".

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